quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Recordando o Passado
Lázaro Santana Rosa

Fui buscar o passado:
Lá eu nasci.
Lá eu cresci.
De lá eu mudei,
Mas lá eu voltei.
Fui rever a fazenda.
A boiada passando.
O carro de boi cantando,
Surgindo lá na baixada.
Em destaque, a esteira de taquara.
Na frente uma faixada.
No cabeçalho,
Ia imponente o carreiro,
Zé Estevão o seu nome,
Dos carreteiros o primeiro.
Fui rever também o engenho.
O velho engenho de cana!
Do bagaço à garapa,
Do melado à rapadura.
Olha!...Tudo isso uma doçura,
Mas que tristeza!
Tudo era imaginação,
Do meu tempo de criança!
Ali só restava a saudade!
Na coberta,
O velho carro de boi encostado!
As rodas cambetas,
O eixo quebrado,
A esteira rasgada
Todo empoeirado!
O Engenho,
O velho engenho de cana,
Já não mais existia,
A não ser o esqueleto:
A tacha furada,
A moenda quebrada,
A coberta estragada.
E meu tio Joãozinho,
O dono do engenho?
Ali não mais estava.
Falecera...
Estava em outro mundo.
A tristeza bateu forte,
Que de logo tocou fundo.
Não mais rever o meu tio,
Não mais rever o engenho,
O velho engenho de cana.
Oh! Que sentimento profundo!