terça-feira, 26 de janeiro de 2010

POBRE NATUREZA !
Lázaro Santana Rosa

Como é bom contemplar a natureza: o verde das matas, o cantar dos pássaros, os animais, a água cristalina a brotar em suas nascentes e tudo mais que nela se contém. Altas montanhas, pedras e planícies, tudo a dar um formato indescritível aos olhos do homem.
As águas ultrapassam obstáculos, formam rios e cachoeiras. Cortam terras, irrigam o solo, tocam moinhos e usinas, e o melhor, mata a nossa sede.
E o que esta natureza tão bela recebe em troca? Moto-serra, foice, machado e fogo. O homem faz questão de devastar tudo. Antes o verde cobria o solo e dava lugar ao habitat natural dos pássaros e animais silvestres, hoje o que se vê é o pobre chão coberto de erosão.
Além de fertilizantes, este mesmo homem, usa agrotóxicos fortíssimos. VENENO MESMO! Coitado do rio! Ele é que “paga o pato”. Vem a chuva e leva tudo para o seu leito. Não, não tem problema, já fez algum efeito, diz envaidecido. No outro dia, dezenas e centenas de peixes mortos, bóiam, conseqüência das mãos criminosas do homem. Animais silvestres também são vítimas dessa insensatez.
E as matas das montanhas, donde as águas jorravam bíblicas da terra prometida, puras mesmas de suas nascentes? Ah! Quanta insensibilidade! Dá pena. A ganância do homem a destrói também e hoje vão sujas saindo das entranhas, descendo montanhas, sem vida, em lenta procissão, em que direção? Infelizmente não sei. Será para a morte? As ferramentas trabalham sem parar, para destruí-las.
O fogo é colocado sem a mínima piedade, e assim vai a natureza, traçando o seu caminho. Ela é brava, relutante e resistente, e aos poucos voltam a enfeitar as paisagens com o seu verde, mas só por algum tempo. Chega a seca e novamente as mãos inescrupulosas não sabem apreciar o seu belo e não querem nem saber, tacam fogo e transformam a paisagem em cinzas.